os momentos mais simples
e sem importância.
Por exemplo:
sair contigo para passear,
sentir-te apoiado em meus braços,
ver-te feliz ao meu lado
alheio a todo mundo que passasse.
Gostaria de sair contigo
para ouvir música, ir ao cinema,
tomar sorvete, sentar num restaurante
diante do mar, olhar as coisas,
olhar a vida, olhar o mundo despreocupadamente,
e conversar sobre "nós" – esse "nós" clandestino
que se divide em "tu e eu" quando chega gente.
Encontrar alguém que perguntasse:
"Então, como vão vocês?"
E me chamasse pelo nome,
e te chamasse pelo nome
e juntasse assim nossos nomes, naturalmente,
na mesma preocupação.
Gostaria de poder de repente te dizer:
Vamos voltar pra casa...
(Como se felicidade pudesse ser uma coisa
a que tivéssemos direito como toda gente)
Queria partilhar contigo os momentos menores
da minha vida,
porque os grandes já são teus.
Que saudade é essa? Afinal quanto tempo levamos para nos acostumarmos com a falta que uma pessoa faz na nossa vida? Quando vou conseguir passar por um bom momento e não pensar "seria ainda melhor se ele estivesse aqui"?
JG de Araujo Jorge
(livro – A Sós – 1958 )
A R
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comenta aí !!!!