Eu sou assim ...
Duas garotas dentro de mim…
Às vezes três...quatro... cinco... seis...
Talvez seja uma por mês.
Diversifico-me...Existe momentos em que dou um grito...Existe outros em que vivo um conflito;Apresento ao mundo a minha dor.
Em outros momentos, só consigo falar de amor...A mais romântica ;Melodramática ;Imóvel ;Chorosa ou nervosa Carente ou decadente ;Vingativa ou inconsequente ;
É nestes momentos em que eu não me percebo !!
E me transformo numa garota cheia de medo ; Cheia de reservas ; Coberta de subtilezas ; Séria e sem defesas ;No minuto seguinte ,no papel de mulher fatal,me transformo logo na tal...
Rasgo todos os meus segredos ao meio .E me exponho num letreiro de poesia ou texto ; Assalto, incendeio...
Conto oque ninguem tem coragem de contar...
Explico detalhes que nem é bom me lembrar...
Sou assim ; Várias de mim ;
Sorrisos por fora ,angústias a toda hora ...
Por dentro um tormento,no rosto nem um único sofrimento ;
No corpo uma explosão de prazer ;Nos olhos, deixo o meu desejo se perceber;
O melhor é ninguém me conhecer...
Fiquem apenas com as minhas letras ...Com as minhas palavras ...Na vida real sou muito mais complicada !!
Sou uma em mil ...E qem tentou, descobriu que viver ao meu lado é viver dentro de um campo minado ...
A maioria corre ... mas os que ficam são eternamente guardados em meio a minha metamorfose ... guardados como grandes , infinitos, e para sempre lembrados amores, amigos, lembranças e afins ...
Eu queria escrever sobre alguma coisa. Mas não sei o quê. Queria algo assim, capaz de tirar toda essa dor do meu peito, todo esse medo que nem minha cara de mulher bem resolvida consegue esconder.
Queria contar uma história bacana, Queria talvez falar sobre alguma desilução com seres do sexo oposto, sobre as mulheres burras que aturo na facudade, queria falar sobre o príncipe encantado, sobre a crise na economia daqueles filhos da puta americanos.
Mas nao dá não. Só tem um nó aqui. Uma sensação esquisita. Um inquietação, uma vontade de sair correndo, de chorar, de gritar e de ligar pra meia dúzia de gente, de pedir socorro.
Maior que todo esse medo é meu medo de me tornar um muro de lamentação. Aquela vizinha chata, que ao invés de bom dia, reclama do marido,do porteiro, da síndica, do cachorro, do preço da batata ou então do sol lindo que tá lá fora.
Morro de medo, mais que de todos os meus medos, de ser assim.
Então não conto nada pra ninguém. Só pro meu travesseiro. Que entende minha loucura. Que não me cobra sobriedade.
Eu tenho muito medo.
De passar daquela linhazinha sabe?
De ficar louca de vez.
Até do meu blog eu tenho medo.
Antes eu falava, sem hesitar. Agora existe aquela coisinha ali do lado, de visitas, e todo santo dia ela registra pessoas que não tinham mais o que fazer e vieram ler algumas besteira, dar risada talvez.
Oi, prazer, meu nome é Monikue... blablabla blablabla ....
Mas eu não posso dizer tudo isso.
Eu tenho medo.
Então visto minha cara de to de bem com a vida, falo do meu autoliberalismo, do meu trabalho , da minha filha .Sério. Falo do meu desapego, da minha praticidade, do meu amor pela musica. E todo algumas pessoas me acham interessante pra caralho, tanto, que até acredito nisso.
Eu sou uma grande ilusão de olhos verdes.
Que tem medo, muito medo.
