O amor mais bonito



No instante que me iludo, é quando você me esquece. Quando volto à tona, você mergulha nos meus olhos. Se eu te roubo rosas vermelhas, você faz "bem-me-quer". Quando hesito, é quando você já está na estrada.
Se me perco no teu beijo, você fica tentando encontrar um caminho. Quando me encho de receio, você me diz estar pronta. Eu te ponho em xeque-mate, você me diz que cansou de jogar. Quando não quero me machucar, você me telefona no meio da noite.
Eu vejo o sol nascer no mar, você se preocupa em não molhar os pés. Quando eu não durmo, é quando você sonha loucuras sobre nós dois. Quando sinto teu gosto na minha boca, você pede economia nos clichês. Se não quero parecer patético, você se diz um poema apaixonado.
Eu quero parar o tempo, você procura seu relógio embaixo da cama. Quando me escondo, é quando você me quer em cima de você. Se apresso meu passo na sua direção, você engata a marcha ré. Quando reuno meus pedaços, você dá o coração para bater.
Eu deito no seu colo, você se preocupa em fechar a janela. Quando me poupo, é o instante que você se dá de graça. Se ando em alta velocidade, você conta os níqueis pro pedágio. Eu perco as chaves, você insinua mudar pro meu apartamento.
Um amor físico, fatídico, real, raro e patente. Um amor que nasceu, mas nunca viveu. Um amor que aconteceu, mas não foi ocupado. Daquelas comédias românticas que ninguém tem tempo de rir, pois já começa pelo final. Os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados.

Olhando Retratos











Quanto mais eu me escondo de você
Você tá sempre aparecendo
Quanto mais eu tento te esquecer
Eu tô sempre te revivendo
Quanto mais eu tento encontrar um novo amor
Eu sinto que é você que eu amo
Quanto mais eu tento me envolver com outro alguém
É o teu nome que eu chamo
Até quando temos que viver assim?
Se no fundo achamos que não é o fim
Sua boca diz que não
Mas os seus olhos dizem sim
Fala pra suas amigas que não dá
Mas toca no meu nome sem querer tocar
E essa insistência não é coincidência
Só tá fingindo me evitar
Eu sei que chora em seu quarto olhando os retratos
E quando chega a noite é bem pior
Vai nos lugares que eu ando
Sempre vigiando
Se estou acompanhado ou se estou só
Por que não toma coragem e fala a verdade
Que o seu amor sempre fui eu
A gente se abraça, se beija e finge que nada aconteceu

E por falar em saudade

 http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/49277/#

E por falar em saudade
Onde anda você
Onde andam os seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto
De tanto prazer
E por falar em beleza
Onde anda a canção
Que se ouvia na noite
Dos bares de então
Onde a gente ficava
Onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares
Que apesar dos pesares
Me trazem você
E por falar em paixão
Em razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares
Na noite, nos bares
Onde anda você

Jorge e matheus-Pra que entender