Te amo, mas não gosto mais de você.


Há certos relacionamentos que simplesmente chegam numa fase de exaustão emocional. Anos de convívio que se traduziram em muita história e bagagem pessoal.
Ambos criaram raízes na vida um do outro, enfrentaram muitos problemas e caminharam juntos por uma longa jornada. Alguns tiveram filhos, compraram casa, passaram muitas festas de natal e aniversário juntos, cada momento profundamente conectado na história do outro.
Se amam, sem dúvida, por todo o contexto e história, mas já não gostam mais da pessoa que amam. Quando olham o tipo de pessoa que o outro se tornou sentem que não combinam, não encaixam e não se desejam.
Cada novo dia é um sufoco, uma asfixia e um desassossego interminável, digno de domingo à noite. A pessoa sente que a sexta-feira nunca chega e passa dias, semanas, meses e anos esperando um milagre acontecer.
Chega a bloquear em seus pensamentos o desejo de ver a outra pessoa morta (mas de causas naturais) para não sentir tanta culpa.
A coragem de se despedir é quase mínima e o sentimento de fracasso pessoal é enorme. Nem trair a pessoa consegue, pois seu combustível emocional é bem pequeno até para ter desejos próprios.
À noite olha para o lado e gostaria de desejar o marido que tanto ama, mas não deseja e nem admira mais aquele homem descuidado e monossilábico que ronca todo dia ao seu lado sem sequer desejar uma boa noite com um beijo afetuoso.
Ele olha aquela mulher acima do peso e descabelada saindo na ponta do pé do chuveiro e se indaga: “onde está aquela mulher dinâmica que me tirava o fôlego?”
Ele só se recorda que em algum momento se despediu dela e de si mesmo, mas não sabe onde.
Eles se perderam de si mesmos num labirinto de distrações cotidianas. Quando tiraram a cabeça para fora já estavam tão diferentes que não se reconhecem.
Mas há também aqueles jovens casais que num curto espaço de tempo revelaram o pior de si para o outro. Deixaram que o comodismo, a preguiça e o orgulho dominassem a relação e criassem um mofo amoroso em forma de brigas, desinteresse e malemolência.
Perderam o brilho no olho e apesar de sentir que poderiam passar uma vida inteira juntos sabem que queimaram todo o combustível, que o carro do amor está prestes à parar no meio da estrada e que nenhum guincho conseguirá resgatá-los.
Isso tudo faz chegar numa pequena grande conclusão: que o amor é algo que se faz diariamente e não algo que se sente. E se você não consegue construir sua vida de casal em conjunto com a vida do outro é muito provável que aquele pequeno desvio de 1 grau para a esquerda que deu no percurso inicial se torne um abismo sem volta com o passar dos anos.
Amor sozinho não basta é preciso amor em ação!

* Por Frederico Mattos

5 comentários:

  1. Anônimo15:45

    Minha querida não acredite neste texto !
    Para tudo na vida há uma saída , uma senão boa e justa ao menos uma saída.
    Seja feliz da melhor maneira e não leia pequenos e mal humorados novos " poetas" , que tem como combustível a tristeza.

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  2. Sim realmente existe uma saída, mas o texto infelizmente é uma grande realidade, isso acontece muito no nosso dia a dia.
    Os mal humorados novos poetas infelizmente nos prendem rs mas vou tentar me afastar deles ! rs
    Obrigada por visitar o Blog.

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    1. Anônimo20:17

      Sempre o leio , vi algumas fases boas e umas não tanto, mas faça isso querida, se afasta desses ... Espero o próximo e que seja muito alto astral. Um grande 2015 para vc e seus . Obrigado eu.

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    2. obrigada.... espero que seja para todos nós.

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    3. Anônimo09:00

      Assim seja...fica com Deus.

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