E, na vida a gente tem que entender Que uns nascem pra sofrer enquanto o outro ri."

Hoje me peguei cantando a música do síndico (Tim Maia) que é assim:
"Não sei porquê você se foi, tantas saudades eu senti
E de tristeza vou viver..
..Você marcou a minha vida
Viveu, morreu na minha história
Chego a ter medo do futuro.."
E foi impossivel não salgar o meu sorriso com as lagrimas. Sim, eu sorria enquanto cantava, mas cai no choro um tempo depois. O sorriso foi por conta das boas lembranças, das risadas. A musica apareceu como que por um acaso e la estava eu andando pela rua cantarolando alto pra quem quisesse ouvir. As lagrimas acompanharam a saudade que apertou meu peito. Mas não a saudade de quem esta longe, de quem se foi pra onde quer que seja. É uma saudade rotineira, do dia a dia. De acordar num domingo de manhã com o seu mal humor, seu cabelo desajeitado, seus olhos semi-abertos. É aquela saudade de te ver todos os dias, rindo ou chorando, irritado ou feliz, cantando. Das suas reclamações sem fim do trabalho e assim rolava até a madrugada. E você me cobria todas as noites, eu me sentia tão segura. Eram nesses momentos que eu fugia da realidade tentando voltar a ser uma criança indefesa e você sempre me acobertou. Agora? Bem, agora ja se passou muito tempo que tudo aconteceu. Eu já nem sei mais das suas manias, por onde você anda, das roupas que estão no seu guarda roupa. As vezes queri te ligar só pra ouvir sua voz e descobrir qual é o seu humor do dia. As vezes, como nesse momento as lembranças são tão fortes que é inevitavel não se emocionar. Por bem ou por mal você me ensinou a ser a sonhadora que hoje eu sou, a guerreira que hoje eu me tornei e a criança que eu não consigo deixar de ser. E uma das maiores liçoes eu transcrevo agora terminando este texto em forma de musica, assim como comecei:
"Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar, dizer que aprendi (com você!)
E, na vida a gente tem que entender
Que uns nascem pra sofrer enquanto o outro ri."

Um comentário:

  1. Anônimo00:36

    Teu texto tem de tudo um pouco: um pouco crônica da vida, um pouco poesia, um pouco desabafo, um pouco de melancolia, um pouco de cultural musical... - e vai por aí, fazendo a gente duvidar o quanto é arte e o quanto é sua própria história transfigurada em literatura...
    E é justamente o não sabermos definir que tanto nos atrai a atneção! Literatura é o que nos faz questionar, buscar. Você tem um grande talento para isso. Parabéns.
    Marcelo Bandeira (lellobandeira@hotmail.com)

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